Silenciosos

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Não.


Não.
Não venho aqui falar do que sinto por ti. Das horas, dos minutos, dos segundos em que te sonho, em que nos sonho, em que acordo e recordo.
Não, não venho aqui falar dos momentos que desejo e em que que te desejo, que percorro cada pedaço teu, em que me encontro e reencontro em gestos, palavras e silêncios e momentos que são só meus.
Não, não venho aqui falar de sonhos, de projectos ou futuros. Muito menos de presentes. Daqueles, daqueles que não se compram só no Natal, que têm o ano inteiro, uma vida inteira para se dar.
Não, não venho aqui falar de pequenos-almoços de Domingo, de cheiro a torradas, a sumo de laranja acabado de fazer, a manteiga nas mãos e nas almofadas e em tudo o que apetece comer.
Não, não venho aqui falar de tardes de infindáveis conversas à lareira, de jantares fora de horas, de promessas sussurradas, de sorrisos que não precisam dizer mais nada porque tudo já se sabia desde um inicio que parece não ter fim.
Não, não venho falar da vida, do quanto custa, de quanto se tem de lutar, não desistir e acreditar.
Não, não venho aqui falar de mim.
Nem de ti.
E muito menos de nós.
Não venho.
Mas queria.


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