Silenciosos

sexta-feira, 2 de março de 2012

1 a 0 pró coração:

[Quer queiramos quer não, cedo nesta vida assumimos responsabilidades. É um dado adquirido. Ninguém nos pede autorização. Obrigações também assumimos em bom numero. Já os compromissos são assumidos apenas por alguns.
Não é a assunção de responsabilidades que nos torna responsáveis. A maioria das vezes as responsabilidades são assumidas por mera obrigação. E as obrigações têm esse efeito simples, obrigam, mas não estabelecem por si só uma vinculação. É o vinculo que se estabelece na obrigação que nos torna responsáveis. O vínculo chama-se Compromisso. 
A Obrigação está para a superfície como o Compromisso está para a profundidade. A Obrigação anda á tona da vida. Cumpre-se, está feito. Lava-se dali as mãos. O Compromisso não. O Compromisso é entrega, é dedicação, é atenção. É um não saio daqui enquanto isto não estiver direito. É um não te volto costas enquanto não estiveres bem. E é assim em tudo na vida. Na vida profissional como na pessoal. E sempre, sempre no Amor.
Enquanto a Obrigação é o que nos faz suspirar de alívio porque terminou, o Compromisso é o que nos faz respirar enquanto dura. 
A Obrigação leva-nos a desejar, ainda que secretamente, ficar longe. O Compromisso faz-nos desejar estar presente, aconteça o que acontecer. 
A Obrigação é um chamem-me se precisarem. O compromisso é um aqui estou!
A Obrigação é que o que nos faz olhar para o relógio na esperança que passe depressa. O Compromisso é o que nos faz evitar olhá-lo com medo de não ter tempo suficiente para o que nos resta.
A Obrigação é um pesado fardo que se carrega. O Compromisso é umas das bases do Amor.
A Obrigação é um muro onde esbarramos com facilidade. O Compromisso uma ponte que raramente nos dispomos a construir. E é pena, digo eu. Porque o Compromisso é, antes de mais, um vínculo á própria Vida.] 

Leio estas coisas, e fico com a sensação que deviam ter sido escritas por mim, Há coisas que são tão nossas, que é quase um pedaço que nos tiram quando pensam exactamente como nós. Mas é bonito. Escandalosamente bonito e muito bem pensado. 

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