Silenciosos

domingo, 4 de novembro de 2012

Notícias com sabor a Escócia



Ir à Escócia é como ir buscar um pedaço de mim, não é só as pessoas que lá tenham, é o poder chegar e sentir-me em casa- aquela que já não é, mas vai sendo a minha casa. Ir, fazer sopa para os rapazes, dizer ao P. que está mais magrinho e que sandes à hora de almoço não são comida, fazer almoço e, portanto, obrigá-lo a levar a marmita feita de casa. Ir, é fazer jantar a mais para eles levarem no dia a seguir, é partilhar o arroz basmati que eles não gostam do longo, é conhecer-lhes os gostos, as entranhas. Ir é levar-lhes chourizo que os meninos sentem saudades, é dar um abraço apertado e ouvir" bem vinda a casa, menina!". Ir à Escócia é encontrar um pouco do meu mundo, ir com um à faculdade, encontrar-me com umas amigas para um café e perceber que me estão a fazer uma festa de aniversário. Ir lá, é perceber que há pessoas que são para o resto da vida. É rir com a D. na cozinha, e ver a O. perguntar se falamos de rapazes. É abraçar o S. com um " faço-te falta!", é ir de mão dada dentro do bolso do casaco dele porque está frio, é encostar a cabeça no autocarro, é jantarmos todos juntos e irmos ao cinema só os 4. Ir é sentir que pertenço lá, ainda que seja do mundo. Vou sabendo gerir estas minhas escolhas com algum domínio do coração. Esse, que sempre nos prega essas partidas de acharmos que as pessoas não são tão importantes até que as perdemos. Acho que foi isso que aconteceu ao S. Não sou ninguém , e há por aí muita gente muitooo melhor que eu, mas sei como sou e, sei que à vida de alguns, dou um pouco mais de cor. Se conseguir colorir a vida dos outros, sem ter a minha a preto e branco, sou absolutamente feliz.

3 comentários:

  1. "Se conseguir colorir a vida dos outros, sem ter a minha a preto e branco, sou absolutamente feliz. " bonitop :)

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  2. Gostei imenso do teu blog. Em relação ao post é como diz o Vinicius "Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

    A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
    A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. (...)"

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