Silenciosos

segunda-feira, 3 de junho de 2013

[tristes] dias

Ao inicio do dia, ainda de madrugada, salta o coração da boca por ler as notícias que chegam do outro continente- hoje não chegaram notícias. Ao fundo do corredor, bato a porta sem cessar. O pano cai sobre os actores e revela todo aquele limiar. Batem palmas, gritam, assobiam as pessoas madrugadoras da minha rua. São diversos os sorrisos da manhã. Não retribuo o sorriso a não que sejam crianças.  Autocarro 44, 4 perdão, sempre com pressas e com mil coisas na cabeça, sente-se sozinha. Caminha rápido e porque cai uma chuva miudinha quando vai para o trabalho. Falam, conversam e desconversam. E ela percebe que todas a preocupações que lhe tem são desnecessárias. Talvez pelo stress dele, pela distância e pela falta de paciencia, ele desliga e o botão verde para aparecer em cinzento. Ela não fala porque ele não quer ouvir. Ela sente-se e ressente-se com essas coisas que ficaram por dizer e sente um nó na garganta. O regresso está a ser mais díficil, desta vez. Talvez pelo calor que ela teve Lisboa, pela comida, pelos abraços da sobrinha, os mimos do pai e pela ausência que tem cá. Hoje, na Escócia, sentiu-se sozinha. Mas amanhã já não será assim, porque adora a companhia dela mesma- é só porque também existem [tristes dias] onde nos sentimos pequeninos com as desconversas que as circunstancias vão tendo na nossa vida.


Um dia, [ainda] vou ser feliz! 
P.S dedico o texto à Sonia: porque ela hoje, apesar de não o saber, fez com que me sentisse menos sozinha. 


1 comentário:

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