Silenciosos

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Glasgow # 8- o dia:

Então foi assim:

Levantei-me as sete e meia. Arranjei-me, tomei um pequeno almoço como gosto: sumo de laranja, café com leite, uma fatia de pão com queijo, ameixas secas e um pêssego. Fui a casa do senhorio pagar a renda como tínhamos acordado, peguei na bicicleta e lá fui para a faculdade. Tive uma aula das 10 ao meio dia. Passei pela secretaria depois para me assinarem uns papéis e quando vinha coma  bicicleta para casa tive um furo. Sim, isso mesmo: numa descida bastante acentuada, numa estrada bastante movimentada. Pronto, lá tive eu de vir com a bicicleta à mão, porque claro não havia mais nada a fazer. Do campus onde tive hoje aulas até minha casa são( se o google map não mentir) 7 km e 800 metros. Que foi o que tive de fazer a pé maldizendo a minha vida por ter sempre azar nessas coisas: um furo é mau, mas um furo a uma segunda de manhã é horrível.
Passei pela Gear- a bike´s shop aqui perto de casa e deixei lá a minha bicicleta. Vamos ter de mudar o pneu, porque não dá para remendar: não vale a pena disse-me o gajo cheio de pinta que me atendeu. O orçamento vai para cima de 40libras. O que é uma desgraça. Mas enfim, não posso não deixar de o fazer, porque preciso da bicicleta para andar por aqui. Não me permito pagar quase três euros de cada vez que utilizo o autocarro.
Vim para casa: almocei sozinha: um salmãozinho grelhado numa sala da de rúcula. Uma pêra-rocha( sim, portuguesa!) como  sobremesa e fui para a biblioteca estudar. Só lá estive cerca de duas horas. Havia no meu departamento mais de 100 pessoas, e ainda que haja silêncio, há sempre pessoas a andar de um lado para o outro, a pedir informações ao staff e assim. Requisitei os livros que queria, ou melhor, que precisava e vim para casa.  Antes disso, subi ao departamento de línguas, para lá ver o que havia em português. E fiquei muito feliz. Há toda uma secção dedicada ao português: desde Saramago, a Luís de Camões, a Lídia Jorge, a Clara Pinto Correia, a livros de escritores açorianos, poesia do Torga e de Cesário Verde.
Não resisti. Hoje trouxe comigo " Cadernos de Lanzarote, volume I,do Saramgo". E agora já sabemos, quando a saudade apertar, a que departamento temos de ir. Foi realmente uma delícia!
E agora: voltamos ao trabalho. Já em casa: com uma canequinha de cá verde como companhia. O chá e a música clássica que o meu vizinho do segundo andar, continua ouvir desde hoje de manhã.

Sem comentários:

Enviar um comentário