[Rotina e dias de silencio]

Um relógio que acorda desmesuradamente cedo para os inexistentes habituais primeiros compromissos matinais- comecar as 7 da matina, 'e dose minha gente.

A casa que se espreguiça num silêncio que se prolonga, deixando entrar o dia em passos leves e serenos- nao acordar os rapazes que ainda doremem, pelo menos meia hora.

O banho que aquece em gestos sem pressa e a correria tipica para nao se chegar atrasada.

O conforto das camisolas, porque hoje esteve um dia frio. Minto, ventoso e com chuva.

Percorrer a rua a velocidade da luz, porque o autocarro nao passou e tivemos de correr para apanhar o metro. O pequeno- almoço cheirando  café e pão quente- nada melhor que uma torrada.
O livro que se abre lentamente em forma de jornal as folhas que se percorrem bebendo palavras que nos falam sobre vida- tragedias aqui e ali. Mais uma em Boston onde toda a gente reza e se sente escandalizada. Morreram 3 pessoas, mas ninguem fala nas que morrem todos os dias no medio- oriente. Tudo se banaliza, por aqui e por ali. Amigos que se cruzam. Palavras que se trocam. Experiências. Cafe com a Fernandinha, que deu para reatar o sentimento de casamento que temos entre as duas. Conversas, confissoes, amizades que estao pra la do material.
E quase sempre, se quisermos, a vida pode ser vivida assim. Querer 'e poder, basta ir deixando alguma margem de manobra, sem nunca perder o rumo de onde e para onde vamos.

 

Agora estou na faculdade do namorado, vim ca dar-lhe um beijinho e arrasta-lo para casa. Acalma-lo com os ensaios que tem de fazer e mostrar-lhe, que mesmo em silencio, o vou querendo um bocadinho mais. Tambem se ama nos silencios e nas palavras que nao se dizem.